O dirigente dos transportes públicos destaca que apenas 50% dos autocarros estão a funcionar, enquanto os restantes aguardam nas filas dos postos de gasolina.
 
Os usuários de ônibus enfrentarão mais uma semana difícil para se locomover, já que o setor de transporte urbano opera com metade de suas unidades devido à escassez de diesel. A falta de combustível tem causado longas filas de veículos nos postos, deixando a cidade com poucos ônibus.
 
Segundino Ricaldi, dirigente dos transportes públicos, alertou que a situação pode complicar-se porque não há sinais de que o problema da escassez possa ser resolvido e, a isto, somam-se os bloqueios rodoviários.  Ele afirmou que o serviço não é regular porque apenas 50% dos ônibus estão funcionando, enquanto o restante faz fila nas bombas. Cerca de 10 mil ônibus circulam na cidade e 60% das unidades funcionam a diesel, portanto a falta de combustível afeta diretamente o serviço.
 
Ricaldi acrescentou que não descartam mobilizações, pois há famílias afetadas que não estão conseguindo gerar renda econômica e o usuário também está sendo prejudicado.
 
“Estamos operando com menos de 50% porque não há diesel suficiente. Os autocarros ficam horas à espera nas bombas e não podemos garantir um serviço regular”, insistiu o dirigente.
 
Os utilizadores dos transportes públicos, por seu lado, já antecipam uma semana complicada, com poucos autocarros e tempos de espera mais longos.
 
Enquanto isso, nas bombas, as filas de veículos se estendem por vários quarteirões, inclusive ônibus de transporte público.
 
“Todos os dias são iguais, um dia trabalhamos e no outro estamos na fila. O desamparo é grande, não podemos trabalhar e temos que sustentar nossas famílias”, disse um dos motoristas que estava há horas na fila.
 
Este domingo marcou uma semana desde o início dos bloqueios do evismo. As consequências da pressão são consideráveis ​​e por isso o transporte pesado anunciou a instalação de bloqueios nas nove cidades para resolver a falta de dólares e de combustível.
 
“O transporte pesado nacional, vendo-se traído por todos os acordos e reuniões que teve com o Governo e que não foram cumpridos, e por todos os prejuízos que temos, é também declarado em bloqueio nacional e juntamo-nos aos protestos”, diz um comunicado .do transporte pesado espalhado pelas redes sociais.
 
Programação contínua por três dias em quatro regiões 
O Ministério do Trabalho estabeleceu três dias de programação contínua devido à falta de fluidez no transporte de combustíveis e aos bloqueios, para que desta forma, a população de La Paz, Cochabamba, Potosí e Oruro utilize apenas dois meios de transporte por dia, um sair de casa para trabalhar e outro para voltar, conforme informou o ministro do setor, Erland Rodríguez.
 
Segunda, terça e quarta-feira são os dias de trabalho contínuo, tanto para funcionários públicos como privados, ou seja, das 8h30 às 16h30. Rodríguez não descartou a possibilidade de estender os três dias para toda a semana, que será avaliada em função da evolução da situação dos bloqueios e do trânsito dos combustíveis importados para o país, explicou.
 

Eldeber