Corumbá (MS)- A sessão
legislativa da Câmara Municipal de Corumbá nesta segunda-feira, 15 de agosto,
foi marcada por protestos da população que compareceu em grande número, no
plenário da Casa Barão de Vila Maria.
Reunidos para acompanhar o
pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar
supostas irregularidades na junta administrativa da Santa Casa de Corumbá, os
cidadãos voltaram para casa frustrados com a recusa da grande maioria dos
vereadores em assinar o pedido apresentado pelo vereador Chicão Vianna.
O pedido foi baseado nas inúmeras denuncias de má gestão de
recursos públicos geridos pela junta interventora nomeada pelo Prefeito Marcelo
Iunes, e com a divulgação de parte do relatório de uma auditoria, realizada na instituição por membros
da Secretaria Estadual de Saúde a pedido do Ministério Público.
A morte de um bebê de apenas dois meses de idade, após ser
deixado agonizando no corredor do pronto-socorro, por uma suposta negligência
médica, foi a gota d’água, para revolta popular com a forma que vem sendo
tratada a saúde pela gestão municipal.
A esperança de que os vereadores, cumprissem com o seu papel de
fiscalizar o executivo municipal, responsável tanto pelo pronto-socorro como
pela indicação da junta interventora que administra a Santa Casa foi por água
abaixo.
A bancada formada por grande
maioria declarada como “base aliada” do prefeito Marcelo Iunes, simplesmente
virou as costas para população que no plenário, ficou indignada com a atitude
dos parlamentares e começaram a vaiar a rejeição do pedido.
O presidente da casa, vereador Roberto Façanha, chegou a
suspender a sessão alegando que só retornaria após se reestabelecer a “ordem”
no plenário.
De acordo com o vereador Chicão Vianna, eram necessárias apenas cinco
assinaturas para que se desse entrada com o requerimento e a proposta fosse
então, levada a votação em plenário.
“Fizemos essa primeira
tentativa, necessitando apenas de cinco assinaturas, mas infelizmente não
conseguimos, tivemos apenas a minha, e a do vereador Nelsinho Dib, a vereadora
Raquel Bryk também já confirmou que irá assinar, os demais não quiseram
assinar”, afirmou o parlamentar.
A falta de interesse dos
parlamentares em fiscalizar as supostas irregularidades na Santa Casa de
Corumbá, gerou revolta entre os presentes que decidiram abandonar o plenário e
deixar os vereadores “falando sozinhos”.
“Isso é revoltante, estão todos
comendo na mão do prefeito, na hora da eleição aparecem na porta da nossa casa
falando em melhorar a saúde, não estão nem um pouco preocupados com a
população, mas é bom, para o povo aprender e trocar todos esses que estão hoje
ai”, afirmou Renata Sores.
Justiça por Ravy
O ato contou com a presença de
familiares do pequeno Ravy. A criança de apenas dois meses, que após aguardar
por atendimento médico, morreu agonizando no corredor do Pronto-Socorro
municipal.
A mãe da criança denunciou negligência médica pela falta de
atendimento. Ela afirma que enquanto suplicava para que fizessem algo pelo seu
filho, medico e enfermeiras insistiam em dizer que o choro era normal, e
repetiam que “criança chora mesmo”.
Ravy morreu em uma maca no corredor do pronto-socorro, algumas
horas depois de dar entrada na unidade.
Fonte: folhams
