Perfil da 'Fadinha' no Instagram passa de 2 milhões de seguidores – mais
do que o dobro da marca alcançada na véspera – com conquista da prata no skate
street
Com a medalha de prata do skate street no
peito conquistada momentos antes, Rayssa Leal – a "Fadinha" –, mais jovem
medalhista olímpica do Brasil, cumpriu todos os protocolos: subiu no pódio, deu
entrevista para emissoras de TV e foi para a zona mista, onde foi informada
pela reportagem do Olimpíada Todo Dia que o número de
seguidores em suas redes sociais havia sofrido uma explosão durante a
competição – e que a atleta tinha passado de 2 milhões de seguidores no instagram.
“Que?”, gritou incrédula. “O que que é
isso minha gente? Eu não sabia não. Desde quando eu comecei nas redes sociais,
sempre foi um sonho ter meu primeiro milhão e ontem eu cheguei no 1 milhão e
hoje eu já tenho 2 [milhões]? O que é isso? Dois milhões e a medalha? Olha
isso!”, afirmou Rayssa Leal, impressionada com tanto sucesso no instagram.
O curioso
da história de Rayssa começou quase que por acaso. Ela tinha um skate para
brincar e, em 2015, vestida de fada, publicou nas redes sociais um vídeo dela
fazendo uma manobra. A menina, então com sete anos, tinha acabado de participar
de um desfile cívico em Imperatriz, sua cidade natal.
O vídeo viralizou – dando origem ao
apelido da atleta – e foi respostado por ninguém mais ninguém menos do que o
norte-americano Tony Hawk, um dos maiores nomes do skate mundial. A publicação
ainda está no ar no twitter do ex-skatista e atualmente conta com mais de 300
mil visualizações.
O sucesso
do vídeo fez com que Rayssa Leal ganhasse projeção. O programa Esporte
Espetacular, da TV Globo, promoveu o encontro de Fadinha com Letícia Bufoni e a
história da maranhense começou para valer.
Seis anos depois, a trajetória deu um
salto. Na estreia do skate das Olimpíadas, aquela jovem fantasiada de 2015
continua uma menina, mas agora é medalhista olímpica.
Para alcançar a conquista histórica,
Rayssa Leal deixou para trás Letícia Bufoni, que sequer se classificou para a
final, e ainda ganhou um desejo de boa sorte
do ídolo Tony Hawk momentos antes de entrar na pista.
“É o Toninho, meu amigo! Eu vi ele, dei
um oizinho, ele me deu um oi de volta, chegou para mim e disse: ‘Good luck (Boa
sorte)’ e falou para eu quebrar a pista e eu acho que eu quebrei. Fico muito
feliz de ter a lenda, que me inspira todos os dias, como amigo. Ele repostou
meu vídeo no início e gosta muito de mim também. É muito gratificante para
mim.”
Se Rayssa
ganhou nova projeção na carreira e na vida após se tornar medalhista olímpica,
ela ainda é uma menina de 13 anos que vai voltar para escola depois de Tóquio.
O encontro com os amigos de Imperatriz certamete será interessante.
“Vai ser muito especial porque o Cebama,
minha escola sempre me apoiou muito desde que eu entrei lá e os alunos, meus
amigos, me ajudaram bastante a quebrar esse preconceito de que menina não deve
andar de skate e saber que eles torceram muito por mim. É muito legal”,
afirmou.
Por falar em preconceito, Rayssa Leal,
apesar da pouca idade, tem consciência da importância que o nome dela vai
alcançar a partir de agora. Ela quer inspirar mais meninas a andar de skate.
“Todos os esportes são possíveis para
todos os gêneros, eu sempre quis passar isso. No início eu sofri muitos
preconceitos: ‘você tem que estudar, skate não vai dar futuro, skate é só para
meninos’", relembra.
"Eu quero o skate para sempre na
minha vida. Quero continuar essa menina leve e feliz que sou e continuar dando
orgulho para o Brasil inteiro."
CNN Brasil